Ao comprar produtos orgânicos, você, consumidor está na verdade adquirindo um conjunto de dois produtos: os alimentos em si e um produto ambiental. Este produto ambiental que parece à primeira vista abstrato, pois não é consumido fisicamente por quem o adquire. Todo processo de produção agrícola, obrigatoriamente interfere na natureza. No entanto pode haver em relação a esse fato inexorável, dois tipos de posição: uma primeira mais tradicional e dominante (própria dos agricultores “modernos”), é a considerar que a natureza tem que ser dominada, e para tanto se utiliza qualquer meio disponível para destruir o mato, os insetos, fungos e qualquer outro predador que ameace suas atividades agrícolas.
Dentro de sociedades capitalistas, tudo é considerado válido, desde que esteja dentro dos cânones da racionalidade econômica que “garanta” maiores lucros e menos trabalho. Não há limites naturais e/ou éticos estabelecidos. Partindo destes pensamentos chegou-se através de pesquisas em laboratórios a HIDROPONÍA que é a nutrição de plantas em soluções químicas “perfeitamente” balanceadas, sem solo, sem a luz natural do Sol.Neste tipo de produção de alimentos, não se considera se quer a possibilidade de efeitos colaterais desses avanços tecnológicos.Esse tipo de agricultura e agricultor leva em consideração apenas o presente, sem qualquer consciência dos males que causam ao meio ambiente ou então fazem de conta, que na natureza não ocorrem processos complexos e inter-relacionados.
No caso da agricultura orgânica, considera-se a natureza sua aliada.O agricultor esta sempre aprendendo com ela e respeitando o seu tempo, suas limitações de solo, água, clima, etc. Percebe as inter-relações que existem entre todos os elementos que compõem o meio ambiente.Enfrentando dificuldades, impostas pelos limites naturais e éticos em relação a esse processo de produção, este agricultor, com satisfação e acreditando na proposta, procura produzir economicamente, mas acompanhando e respeitando o ritmo da natureza atuando e procurando encontrar o máximo de equilíbrio com a mesma.No sistema orgânico, a racionalidade econômica não pode ser prioritária, como ocorre por exemplo, no caso da preservação de outras espécies, qualidade da água, recuperação da vida microbiológica do solo e de sua estrutura.
